sexta-feira, 28 de março de 2014

Peregrinação em alto mar - QuaseMoisés

Eu caminhava no meio do mar, com os pés pra fora, quando encontrei uma joaninha dourada. Ela me disse "Oi, fica à vontade", mas aí eu disse que ela não estava numa música da Clarice Falcão e continuei meu pornô xanxada em alto mar, e ela seguia atrás.
Depois de 2 horas caminhando sem parar,
encontrei um banco onde pude sentar.
De repente tudo ficou preto e já era noite. Não sabia que sentar em bancos deixavam o dia mais escuro. Como que num repente, uma lâmpada imaginária daquelas que aparecem em desenhos animados se acendeu 5 cm acima do meu chakra coronário, arranquei tábua à tábua do banco e o dia foi clareando e a joaninha agonizando. Então estabeleci um ato de cognição, bem psicanalítica: a tábua era a joaninha, que representava o dia, que pela noite já era um gafanhoto, que murmurava antigas canções de ninar. "AHHHH, maldito boi da cara preta! Eu não tenho medo de careta! Só de alho!!"
De boca muito aberta, senti necessidade de contar isso para as próximas gerações. Peguei o primeiro punhado de água que vi pela frente e comecei a riscar freneticamente nos átomos de H2O a fórmula que identificaria o segredo de tal descoberta, por um futuro onde crianças cresçam ouvindo Pink Floyd e não estímulos para fazer com o gato o que fizeram com a Maria que Jesus salvou lá na Galiléia. [pausa]
Foi então que tudo se perdeu, porque o gafanhoto joaninha saltou no meu pescoço, abriu a boca e adentrou a veia que me conectava com o coração, trilhando-a até o núcleo. Lá estando, a joaninha gafanhoto se transformou num elefantE e eu, com o coração maior que o corpo, sofri um ataque fulminantE e só não morri porque era um elefante de brinquedo e estava sob(re) o mar.

PS: Não recomendado para pessoas com gostos habituais ou crianças menores de 2 anos.
Obrigado.
O FBI agradece (leia-se Éfe-Bi-Ai).
E eu também.
.
Mentira, sou ingrato.
Até.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Educação Proibida




We don't need no education
We don't need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teachers! Leave them kids alone!
All in all it's just another brick in the wall.
All in all you're just another brick in the wall...

Sobre o livro "Ismael", de Daniel Quinn


Uma abordagem mais detalhada de como as coisas vieram a ser como são, utilizando-se de um método socrático, perguntando até chegar à origem, Ismael, o Gorila que procura por alguém com um desejo de salvar o mundo, nos mostra porque encaramos hoje essa situação de desastre contínuo, muito além da mera poluição à natureza, da energia gasta e de toda essa balela dita pela galera que se declara amiga do meio ambiente, Ismael vai no cerne das questões, indo lá atrás, quando o homo sapiens sapiens declarou guerra ao mundo, impondo a tal "Revolução" agrícola por onde passava, dominando terras, pessoas, multiplicando-se sem fim, como se o controle de alimentos fosse a necessidade humana mais latente. Iludidos com esse suposto controle e com o conforto de não ser mais um mero animal no mundo, e tratando o mundo como seu, a racionalidade avançou destruindo tudo que se via pela frente, causando um aumento da população, desordem ao Ecossistema, deixando que o Ego prevalecesse, para que não fosse mais necessário caçar ou viver da extração, não vivendo mais a mercê, imaginando com isso que estaria fazendo um bem e sendo superior, e assim nasceu o maior mito que hoje ainda encenamos: de que o mundo foi feito para o homem. De que o homem é o topo da cadeia alimentar e a sua tarefa é dominar a natureza e se as coisas estão fora do controle, é porque o homem não possui o controle total da natureza, sobre a chuva, os ventos, e por isso que o grande desejo desse ser hoje é conquistar o mundo, tirando o controle total dos deuses (o universo, deus, seja lá o que ou quem for) e tomando o poder como seu.




Todas estas questões passaram sem ele perceber que na realidade a evolução se sucedeu justamente porque os seres se aceitavam como seres no mundo e não como se o mundo fosse deles, e sem a percepção de que o homem não é o último da cadeia, ainda muito para frente outros níveis de consciência estão por vir, mas, para isso, é necessário que o homem abra mão dessa questão egocêntrica, vivendo em comunidade e comunhão com os seres e com o mundo, seja lá qual for o tipo de alimentação. É necessário encarar fatores como a fome, o trabalho, o sentido da vida, como coisas naturais e que estão muito aquém do nosso conhecimento, e de que nosso verdadeiro trabalho é viver, somente. Encarar que a morte é algo natural, de que passar fome é natural, é o autocontrole da natureza para evitar a superpopulação de uma determinada espécie. E quando uma espécie se declara fora das leis da natureza, causa impacto em todos que estão ao redor, pois há uma lei básica e em ação no mundo, a lei da natureza. Não é uma sabedoria de quem ou o que deve morrer, não é só salvando animais, digo isso mesmo sendo vegetariano, porque essa é uma questão que deve ser tratada muito mais afundo sobre a morte de animais, a questão é a vida em comunidade, o respeito e a aceitação de outras espécies, de outras tribos, outros costumes, limites e liberdade. Leia e tire suas próprias conclusões, me respondeu muitas das minhas inquietações e me agregou muitas outras. O autor escreveu mais alguns sobre o assunto, ainda não li, mas está na minha lista de urgências. E fazendo uma pesquisa sobre o livro em livrarias, vi um comentário de uma pessoa que cita o filme “Instinto”, estrelado por Antony Hopkins e Cuba Gooding Jr., que foi baseado ou tem como premissa o livro aqui tratado. Espero alcançar alguém com essa indicação, depois de ler, tomo como tarefa alertar as pessoas, pois é incrível o olhar que se ganha com a leitura, e uma urgência em gritar aos quatro ventos a nossa situação fala mais alto que qualquer outro desejo. Espero que sintam o mesmo.

Deixo aqui um link onde é possível encontrar o próprio Ismael e mais 3 outros livros:
http://escoladeredes.net/group/bibliotecadanielquinn