quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Fábula do camelo

O camelo viajava pelas areias escandinavas da França (assumi-se que, neste mundo, escandinavo é uma qualidade e a França possui desertos) e a Corcova ia atrás.
Até o momento de repouso, quando a Corcova já não sabia se ainda era uma Corcova ou uma Corcunda. Neste fálico instante, Sua corcova cansou. Quis ser uma borboleta e pensava com mil diachos que seria a mais nobre borboleta do reino desértico da França islâmica.
(neste mundo, quando as pessoas cansam elas têm vontades). Pensava, pairava e tomava dia e noite anabolizantes que faziam crescer asas: Um tal de WingsGenerator.
40 dias depois, quando um minúsculo fiapo de um rascunho de asa começou a despontar, a Corcova não desejava mais nada. Queria era silêncio e água.
Arrependida de tanto anabolizante, ela se enfiou num desses programas de anomalias russas, fez muito sucesso e desejou seguir o camelo novamente.

Moral da história: Quem nasceu corcunda, nunca morre careca.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Tudo se repete

Cansado de abrir aquelas planilhas disponíveis nos sites de concursos e nunca ver seu nome, B resolve se beliscar, ir ao banheiro, tomar um café, quem sabe pular da janela mais próxima pra ver se na verdade tudo não passou de um sonho e que na verdade ele levantará da cama de um salto e descobrirá como é bom ir trabalhar com a esperança de ter passado na prova. E ao remoer esse possível sonho, B descobre que nele também ele não passou, e que na verdade o gostoso mesmo é o trajeto que ele faz da cama até o trabalho, até o exato momento em que ele decide abrir o maldito site, caindo em si dos seus pecados e se achando um tremendo fracassado.
A verdade é que se B soubesse que desde o espreguiçar até o calmamente sentar e googlar, ele fora feliz, B passaria a vida no trajeto, apenas indo e voltando, sem nunca consultar sequer aquele livrinho dado pelos fanáticos de igreja de plantão. B fora feliz, e quem sabe venha a ser um dia, se souber que a vida é feita de vários trajetos iluminados obscuros e vários momentos tristes resplandescentes.
Quem sabe B estude, não deixe a preguiça lhe domar, assim como tem feito durante muito e muito tempo, quem sabe assim ele encontre não um trajeto repetitivo, mas uma trilha desconhecida, que desemboca na felicidade, e que durante todo o trecho é possível sentir o cheiro da alegria.
Até lá tantos obstáculos estão por vir, novos pornôs estão para ser lançados, séries novas no ar, uma nova bunda começa a pegar o metrô das 11, o sono começa a falar mais alto e todo o desespero de não ver o nome da lista é esquecido e tudo se repete. Como sempre, tudo se repete...
Mas, e agora, José?

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Vontades pela Naja

Seus olhos têm presas, presas pontiagudas,
E que me dão uma vontade tremenda de sentir a força de sua mordida. Sua íris, como a língua duma naja, dançam de um lado pro outro, só tecendo sua vítima. Quem te olha por mais que 2 segundos caí perante seus pés, te desejando até a morte, buscando saciar essa vontade louca que você suscita, suspirando em seus ouvidos, eriçando os pelos das orelhas, arranhando seu coração por dentro. Quero possuir seu corpo, unir-me carne com carne, como num ritual, e fazer sua cabeça cair pra trás, virando os olhos e gritando de ira e tesão. Você é capaz de me seduzir com os olhos fechados, me faz querer abri-los só para que eles me mordam.

domingo, 22 de setembro de 2013

Notas Dantescas

Morrer, dormir, talvez brindar os desejos secretos escondidos pelos refletores mágicos comprados na 25 de março. Eis tudo que assombra um homem (para as feministas, leia-se "mulher"). Os conflitos entre ser e não ser, dormir e sucumbir, enterrar e avacalhar.
Um dia, só para experimentar os requintes de tamanha liberdade desejabilística, propus invadir um cemitério, roubar uma caveira às escondidas e fugir para o Tibete, onde eu poderia doá-la para um museu de pessoas humanas que morreram por causas outras que não a fome ou sede. Talvez até mesmo subornar o sindico do cemitério, trocar uma caveira do hamlet que veio no jornal da banca da esquina por um autêntico crânio, aí estava o meu desejo. E pergunto-me: Por que eu precisava de um crânio verdadeiro? E respondo-me: Para sentir as mazelas que Shakespeare se referiu.
Experimentar a loucura, a verdadeira falsa loucura, que Hamlet sempre sentiu durante sua vida. Então surge a dúvida: Se uma pessoa passa a vida fingindo uma loucura, não seria ela de fato louca?
Talvez essa dúvida na própria pessoa é o que gere o conflito, que é sucumbido pelos vermes da carne que aparecem quando a caveira fica muito tempo exposta à luz da minha cozinha.
Na minha cozinha eu poderia matar todos que estavam ali presente, pois na cozinha é o melhor lugar para se cometer um verdadeiro suícidio de onde se espera retirar um crânio saudável, segundo estudos feitos por algum órgão com letras máisculas juntas e separadas por pontos justapostos, como "A.S.D.F".
Esse é um texto sem revisão, sem julgamento, sem pensamentos, apenas para deixar a fluidade exercer o seu bem sobre meu futuro personagem. Toda essa questão Hamletiana precisa se interiorizar nas raízes do meu cabelo crespo. Talvez eu use uma mordaça, no estilo Hannibal, para que não possa matar metade do elenco de mordidas causada pela minha enfermidade. Quanto mais penso, mais enfermo fico, mas nenhuma enfermeira me aparece. Onde estão nossas fantasias neste momento de desespero?
Hoje eu vou dormir com uma caveira e acordar com um pensamento.

sábado, 10 de agosto de 2013

Por você..

Eu enfrentaria filas gigantes de mercadinhos de esquina.
Aceitaria balas de troco logo após uma saída do dentista.
Viajaria para o sul sem roupas quentes.
Levaria tiros no Leblon só para devolver a bolsa de uma velha senhora assaltada.
Prestaria vestibular sem canetas.
Beberia uma sopa de água com canela fervendo.
Faria baldeações de trânsito pela manhã.
Pisaria num formigueiro descalço.
Conversaria com evangélicos às 8 horas num domingo ensolarado.
Ligaria para o telemarketing do meu banco pra cancelar minha conta.

Mas nada disso é concreto, é tudo tão ilusório quanto um quadro 3D que fica plano numa simples inclinada de cabeça.
Por agora só me resta esperar a última microonda do lago atingir sua margem e torcer para que as previsões (não do tempo) estejam corretas.

domingo, 14 de julho de 2013

Meu armário

Meu armário foi construído com vigas de concreto. Ele era especial, tinha espaço para minhas armaduras matinais e alguns calabouços escondidos em pequeninas gavetas. Meu armário não aparentava ser um armário, mais parecia um lustre, todo rebuscado e com detalhes em relevo que impressionavam os olhos dos virgens imobiliários. Lá dentro era possível fazer romances e romancear como nos primeiros dias da primavera. O som ambiente era de pássaros que cantavam à liberdade e a temperatura agradaria até o mais desconfiado dos físicos. Meu armário era único, até o momento em que uma grande salamandra o roubou de mim e o enfeitiçou para que se tornasse nada mais que sapatos. Hoje, meu armário não vibra como nos tempos de outrora, não canta como se mil pássaros estivessem em coro sentados em algum cabide. Meu armário simplesmente me leva por aí, e de vez em quando topa com algum desconhecido que no futuro seja do conhecimento da consciência, mas ele nada mais faz do que obedecer ordens. Hoje eu perdi todo meu acervo de armaduras.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Procura-se matador de tela azul

"Microsoft pagará até R$ 300 mil para quem achar falhas em seus softwares" - Notícia publicada em algum jornal e replicada em todos os outros.

Jobs era um menino de pele grisalha e cabelo bronzeado, raquítico e torneado, devido à recomendação de seu veterinário de que surfasse nos ônibus 6 horas ao dia. Certo dia, quando acorda, o vento bate em seu cabelo e o lembra de não ter fechado a janela, ao ir interromper a marcha pelo direito de ir e vir do vento, Jobs tem uma súbita vontade de mexer no computador, porque aparentemente a janela lhe lembrou Windows, que por sua vez lembrou Microsoft, que por sua vez o lembrou da tela azul.
Completamente revoltado pela imagem da tela azul aparecer e ficar em sua mente feito manifestante em dia de feira, que senta e fica sem água por sete dias até que lhe vendam a mandioca a 3 reais e não mais que isso, Jobs sente a necessidade de mudar o mundo e causar uma revolução na era da informática informativa.

Decidido e compenetrado, abre seu laptop em meio a tantas parafernalhas computadorizadas, que de tanto usadas já eram até uma extensão de seu corpo, e começa a teclar loucamente como em filmes americanos. É possível visualizar faíscas pela quantidade de letras por nanomicrosegundos que ele consegue atingir e isto assusta Bill, que acorda e vê aquela fogueira que espalha letras nas labaredas. Bill consegue enxergar ali um garoto que está abusando de seu sistema e vê nisso uma ameaça. Veste sua calça de seda apertada e parte para a guerra armado de um jogo de vídeo game ultra viciante e mais alguns condimentos caloríficos que elevam a gordura ao nível de horas que ele passa jogando.

Ao chegar na casa de Jobs, Bill o encontra morto, engasgado com uma das teclas, que por coincidência era o "delete". Bill se desespera e vai olhar a tela do rapaz. Nela estava escrito "Você chegou ao fundo do poço, para ir mais longe e decifrar o grandioso mistério da tela azul, você precisaria de um exército de um milhão de crianças chinesas de 11 anos. Saia daqui, pinguim".

Bill conclui que a morte veio ao tentar elucidar o que o grande mestre queria dizer com um milhão de crianças chinesas, aparentemente era um poderoso anagrama e ele não cai na armadilha de tentar desvendá-lo e imediatamente chama as forças armadas, oferece uma grandiosa recompensa para quem descobrir o veneno que saiu do próprio criador numa cria com o sistema operacional, resultando na charada perfeita.

Felizmente a china possui chineses o suficiente para acalmar o mundo e ainda há uma esperança para a população que aqui se encontra e deseja usar o windows de janela aberta.

domingo, 9 de junho de 2013

Sombras junto ao poste

Esse meu grande engano em acreditar em planos que vão durar pra sempre até que a platéia saia com as retinas cansadas vai durar pra sempre, pois não quero ficar dependente exclusivamente do humor que mais desce do que sobe, nessa montanha-russa. Se eles não fossem tão loucos, e se eu não fosse nenhum pouco liso, quem sabe, um dia, a atmosfera pudesse criar um clima capaz de nos conectar. Talvez, se o mundo desfocasse, se o roteirista dos grandes planos fosse demitido. Quem sabe ser protagonista seja uma boa opção. Ficar sob o foco de luz, atrair opiniões que divergem mais que crentes e descrentes em religiões, porque de louco todos tem um pouco, mas eles insistem em compartilhar através de conversas nada agradáveis que nunca levam além da cerca que rodeia o jardim das cerejeiras dos grandes súditos, defendidos pelos seus escudos de platinum, redondos e transparentes. E nesse momento eu só fico como espectador.
Eu posso ser sempre seu televisor, o nariz que enfeita o seu rosto ou aquela pinta que dá um charme e atraí olhares de fotógrafos que podem te levar para as capas de uma revista do nível cultural de pessoas monossilábicas, musicalmente falando.
É só você querer. É só eu querer. É só nós querermos. Juntando o pretérito do passado imperfeito com a perfeição do presente indomável.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Enquanto me olhava nos múltiplos espelhos infinitos do cabeleiro...

Num universo paralelo onde coçar o saco é uma forma de cumprimento.

Amor à primeira vista

Quando te vi, senti teu cheiro e fui enfeitiçado pelo brilho do teu olhar, logo imaginei você no banco de trás da minha combi, amordaçada e gritando de terror.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Visões de um Pernilongo

O que temos aqui? Vários humanos dormindo alto e roncando. Será que consigo atravessar essa camada espessa de cobertor? Ah, não, ainda não sou um pernilongo africano para penetrar este lençol barato do Brás. Olhe só, consigo sentir o cheiro de uma orelha descoberta. Asas, preparar, apontar e fogo! Saio cortando o vento, driblo uma teia de aranha, passei por um mosquito, driblei o ar condicionado cheio de gás venenoso, vou preparar para adentrar a zona de perigo e ... não foi desta vez! Aparentemente o sacana ouviu o barulho desse motor maldito que impulsiona minhas asas. Deixe-me tomar nota de passar na oficina do Pernão. Oh, não! Ele tem uma lanterna! Evacuar, evacuar! Maldito humano idiota com sono de periquito. Da próxima vez vou atrás de alguém menos inteligente, um rato talvez, ou então trarei minha trupe do mal, quero ver ele cuidar do Marcão Ferro de Aço. Pensando bem, ratos são mais fáceis, ou cachorros, ou quem sabe umas aranhas... (PLOFT)
Acho que minha última picada será na porta do inferno mesmo! Oh, vida cruel. Por favor, PerniDeus, absolva-me! Juro tratar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na falta de sangue, até que uma palma nos separe. Amém!
Adeus, mundo cruel e indesejável das palmatórias ordinárias. Adeus.

Viajando no yellow submarino

A maior comédia do Renascimento burguês está nas palavras fora de contexto utilizadas por um labrador de porte médio que ensinava crianças a chicotear uns negros asiáticos, que pedalavam em triciclos de 6 rodas ao redor de um carrossel encantado que só tocava mixes das músicas da XuxaXa e do Raul .. Gil.

Enquanto era levado por uma pipa terrestre..

Em um universo paralelo onde os humanos humanizam a água

segunda-feira, 13 de maio de 2013

domingo, 12 de maio de 2013

Ao infinito e além!

Uma breve explicação sobre uma coisa que é MUITO deturpada por aí.
(Assista até o final, isto é, se você tem coragem muahahah muahahah)


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Coreografia da Imaginação

Imaginando
Na confluência inesgotável de palavras
Um rio de imagens distorcidas e atemporais
Tantos braços múltiplos
Rebatendo, torcendo, rindo
Sem nenhum sentido fazer
Nem palavras encaixar
Há de algum bem o trazer
Ou para algum mal te libertar
Máquinas orgânicas improvisando
Onde nenhuma razão pode alcançar
Soltas e difíceis quando não há cercas
Reprimidas e inteligíveis quando presas
Não param como fotos
Mas andam como filmes
Ininterruptos, incansáveis e inacreditáveis
Alçando mais longe, num céu infinito
Para que quem sabe um dia
Possam nunca mais voltar.

A maestria de uma despedida

Despedidas são melhores executadas na mata, fechada e vazia, composta por milhares de milhos e árvores tortas. Lá, suas mãos não são vistas, seu eco morre no tronco mais próximo e suas lágrimas são succionadas pela relva. Tudo é verde e nada é pré-conceito, somente há diversidade que difere, que nunca infere uma enorme sobrecarga de felicidade, apenas uma leve sensação de refresco sobre as retinas pululantes. O partir é permitido e muito bem vindo, não há nada que o obrigue a permanecer para sempre com os pés presos na terra. Outras despedidas lhe aguardam, assim como novos bosques anseiam pela sua chegada.

Vida, pobre Vida, sua tola.

Imagina a vida, como seria essa criatura se, ao invés de fraudas quando criança, usasse uma calça legging e um cinto de borracha apertado, obrigando você a rastejar e pedir e chorar. Mas, olha só como é essa palhaça disfarçada de gente, ela anda pelada, sem precisar de apoios ou chinelos para se locomover. Como quisera eu que toda vez que se pusesse a olhar para cima, conseguisse contemplar todas as estrelas que ela pode alcançar, quem dera sua mãe não desse um tapa em sua mão e impedisse essa conquista, que elevaria a vida e a faria caminhar.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Charles Chaplin se descobrindo


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!
Charles Chaplin

10 lições Gandhianas

1. Mude a si mesmo "seja a mudança que quer ver no mundo" 
2. Você está no controle "ninguem pode me machucar sem minha permissão" 
3. Perdoar e deixar passar "olho por olho e o mundo acabará cego"
4. Sem ação você não vai a lugar nenhum "uma grama de prática vale mais que toneladas de pregação" 
5. Cuide deste momento " eu não quero prever o futuro. tomo conta do presente. Deus não me deu controle sobre o momento seguinte." 
6. Todos são humanos "não é sábio ter certeza de sua sabedoria. é saudável ser lembrado que o mais forte pode enfraquecer e o mais sábio pode errar." 
7. Persista "primeiro eles te ignoram, ai riem de você, ai lutam com você, ai você ganha."
8. Veja o lado bom das pessoas e ajude-as " o homem se torna grande no mesmo grau em que ele trabalha para o bem de seus semelhantes." 
9. Seja congruente (coerente), seja autêntico, seja seu verdadeiro ser "felicidade é quando o que você pensa, diz e faz estão em harmonia"
10. Continue a crescer e evoluir
" desenvolvimento constante é a lei da vida, e um homem que sempre tenta manter seus dogmas para parecer consistente dirige-se para uma falsa posição "

(Mahatma Gandhi)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Uma pequena paráfrase sobre a morte

Nunca se está mais vivo do que quando se olha a morte de perto.

Vide, por exemplo, a montanha-russa, saltar de paraquedas e assistir TV. São experiências que proporcionam propositalmente a sensação de quase morte e renascimento (a última somente por vontade própria, ao se desligar a mesma). Quando se atinge o clímax, seus sentidos se afloram e você passa a enxergar o mundo, como um novo espectador, onde tudo é novo e tudo é interessante.

Escrever para ninguém


Na escrita eu talvez encontre aquilo que não me procura, senão sob efeito de alucinógenos ou de sonhos muito sonhados. E não é diferente em casos em que se escreve ao relento. Talvez, um dia, essas palavras atinjam algum leitor desamparado e perdido, pois não é minha intenção a divulgação de tais ideias sem ideais, tão impertinentes que se presas em minha cabeça hão de causar um colapso mental. Não, senhores (me refiro aos elétrons que recebem essa descarga de palavras ou talvez o ar), minha intenção é escrever para ninguém. Não desejo escrever para mim, pois eu não preciso ler o que eu mesmo já penso, só preciso expurgar isso de alguma maneira e, como não há amigos hoje em dia que se disponham a ouvir, escrevo ao universo, que com certeza plena é meu amigo e há de me entender e entreter, ou então me reverter, para que lotado de metafísica, eu possa morrer.
Caso somente o eco carregue essas palavras, desejo então que ecoe para longe de mim, que já não suporto negligenciar o desejo do meu escritor. Talvez essas palavras sejam rudes, desconexas, mal formatadas, mal pensadas ou até mesmo contraditórias, mas é o melhor que posso fazer. Mas a boa parte de se escrever para o ninguém compensa minha falta de talento nessa arte que admiro tanto: Ninguém não julga e entende que faço o que faço por um bem maior e procura absorver as ideias por detrás de palavras não bem vestidas para uma festa de gala.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Sensualizando a Morte

Recebeu uma visita inesperada, deitado em seu leito contemplando as estrelas do teto. A dita cuja trazia consigo uma vassoura na qual jazia amortecida uma lâmina curvada, ao menos assim lhe pareceu na sua mais libidinosa visão. Vinha toda de sobretudo, no estilo mais gótico de Gothan City. Excitado e sem palavras, já milaborando mil fantasias com a faxineira excêntrica, só pode descrever sua animação com um movimento do dedão mindinho do pé. Fazendo movimentos para frente e para trás, em tom de mostrar todo seu charme, não conseguiu chamar a atenção para o que tanto lhe aprazia. Como que a bela dama se aproximava, e por íncrivel que pareça não mostrasse o rosto, não podia compreender tão surdina aproximação, mas como um bom homem cujas faculdades mentais se voltam somente para o desejo mais primitivo do homem, ainda mais quando os prazeres da carne não são satisfeitos por um período maior que uma semana, fechou os olhos para receber o tão aclamado gosto do beijo inferior, pois assim sua ida ao céu seria feito de primeira classe. Porém, ao abrir os olhos, viu que seu desembarque era no vazio do infinito. Visto que seus movimentos voltaram, ao menos se alegrou por poder se saborear novamente.

Enquanto pensava no trono..

Em um universo paralelo onde espelhos não existem.

Sobre a prolixidade


Não há muito a se dizer sobre aqueles que dizem tudo, pois tudo já disseram e nada restou para que seja novo o dizer, somente que roubam o mundo e são uns egoístas e surdos enquanto suas bocas não se calam. Não se enganem com a parada, serve apenas para recarregar mais um despejo sem controle de falas absurdas e mal emolduradas. O melhor a se fazer nesses casos é escutar pelos olhos e deixar que os ouvidos captem qualquer outro som, que não seja o do locutor desenfreado.

Sobre o eterno retorno de todas as coisas


Tudo é cíclico, encerra seu período iniciando outro, mesmo a morte desencadeia situações que só seriam possíveis graças à mesma. Tudo o que foi será, e tudo que será um dia irá, para que possa voltar e no vício de nunca parar, há para sempre ficar.

A obra prima de João


João, pelo seu nome nada composto ou complexo, queria se afogar, mas como mar não tinha ali, no deserto da solidão da vizinhança, sua última opção era mesmo se enforcar. Como que vivia numa casa sem teto e sem nenhum suporte, sem mobília nem paredes, não havia jeito fácil para trepar em algo e deixar a queda tomar conta da corda que por sua vez iria prendê-lo no mundo dos mortos. Lembrou-se então ele do único presente que havia recebido em vida, de uma criança de uns 5 anos que o havia visto outro dia pedindo esmola, como sempre. Uma dúzia de balões, que no momento foi completamente inútil e só veio para lhe frustrar a alma, mas algo lhe disse que aquilo seria útil. E ali, no canto, amarrados a uma única corda de barbante, e esta presa por um simples nó no chão duro e frio de Pitangui, jaziam os balões que lhe salvariam da vida. Não houve sequer hesitação naqueles milésimos de segundos quando seus olhos caíram sobre a dúzia de cores voadoras e cheias de um gás com nome de gente. Apressou-se em correr, pois agora que a consciência tomou conta dos balões, os mesmos poderiam como que num átimo perder toda sua magia e esvaziar-se, levando assim a última chance de dar um oi para morte. Desamarrou-os. As mãos tremendo tanto que seria possível alardear os moradores da proximidade, se houvessem moradores na proximidade. Prendeu o fio dos balões sob uma pedra (muitíssimo pesada por sinal), suas mãos trabalhavam com maestria, como se o propósito de uma vida nada agradável fosse preparar o próprio escoamento da vida, e logo improvisou dois laços, separando-os para que um ficasse amarrado ao solo e o outro aos balões. Toda essa grandeza passeava pelos seus olhos que incrivelmente captavam todos os detalhes daquela única e última apresentação. Tendo a certeza de que pelo menos assim ninguém jamais morrera, e seria o único enquanto vivo capaz de realizar tal feito, e isso o enchia de glória, até mesmo dando vontade de aproveitar o último fio de vida, mas era uma vontade passageira já que a morte era inquestionável para o seu maior feito em terra.
No barbante dos balões, ainda presos, estava o outro laço, que seria passado pelos pés, e agora isso haveria de ser feito com extrema cautela, visto que, se os balões escapassem e ele não houvesse prendido seus pés, poderia causar uma tragédia, o deixando vivo e inexistente para todo sempre.
Uma hora se passou até que estivesse o laço firme e preso em seus pés, o pescoço já devidamente enforcado e solto, preso à corda no chão. Agora bastava soltar o peso que prendia os anjos celestiais que o levariam ao céu. E assim sucedeu, e como esperado, a mão do diabo não deixou que os anjos cumprissem sua missão, impedidos de alçar voos maiores, e possibilitando ao nosso querido João, um último segundo de vida para que o sorriso viesse uma vez preencher sua face. A vida agora fazia sentido e, nesse momento, o Ex-João jazia morto, enforcado ao contrário.

Placas no limite do Universo

Gostaria que esse pensamento fosse meu, talvez o seja em uma realidade paralela, mas por enquanto faz parte de uma confabulação entre Roland de Gilead e o Homem de Preto, diretamente do livro "O Pistoleiro":

"Se você recuasse para o limite do universo, será que encontraria uma cerca de madeira e tabuletas dizendo SEM SAÍDA? Não. Talvez você encontrasse algo duro e arredondado, como o pintinho deve ver o ovo do seu interior. E se você atravessasse a casca beliscando (ou encontrasse uma porta), não poderia jorrar, nesses confins do espaço, uma incrível luz torrencial através da abertura? Você não poderia olhar por ali e descobrir que todo o universo é apenas parte de um átomo numa camada de relva? Não poderia ser levado a pensar que, ao queimar um graveto, você está incinerando uma eternidade de eternidades? Que a existência não avança para um infinito, mas para uma infinidade deles?"

Enquanto colhia batatas..


Em um universo paralelo onde amar é humano.

Filosofia do ermitão nômade

Gosto muito desse estilo de vida, que pretendo um dia ainda adotar, mesmo que temporariamente:

Macacos escrevendo livros

Parece até que nesse estado moribundo, meditativo e dormente, minha cabeça está mais apta a funcionar em primeiro plano e não é necessário grandes pausas para o pensar incessante e insolente. Se eu deixar é capaz que saia um livro sob meus dedos, que a propósito parecem ter sido tomados por micro macacos ambulantes cada um, pois funcionam com tanta perfeição. “Estamos jogando um xadrez, Sr. Bruno, não nos interrompa”, foi o que ouvi de um deles enquanto fui pegar na gaveta a cueca de azevinho que tinha um pouco de mancha de vinho branco misturado com pó de tang e cocaína, até que o gato apareceu, cheirou e latiu desenfreado num pinote. Ninguém mais na face da rua da vila ouvira falar dos gritos do nosso gato que late. E agora, o gato supremo tem de dizer boa noite e fechar suas escritas para visitas, ficar a sós com os pensamentos sem sentido e apagar completamente, nu, molhado, com as mãos atrás da nuca se massageando.