segunda-feira, 27 de maio de 2013

Visões de um Pernilongo

O que temos aqui? Vários humanos dormindo alto e roncando. Será que consigo atravessar essa camada espessa de cobertor? Ah, não, ainda não sou um pernilongo africano para penetrar este lençol barato do Brás. Olhe só, consigo sentir o cheiro de uma orelha descoberta. Asas, preparar, apontar e fogo! Saio cortando o vento, driblo uma teia de aranha, passei por um mosquito, driblei o ar condicionado cheio de gás venenoso, vou preparar para adentrar a zona de perigo e ... não foi desta vez! Aparentemente o sacana ouviu o barulho desse motor maldito que impulsiona minhas asas. Deixe-me tomar nota de passar na oficina do Pernão. Oh, não! Ele tem uma lanterna! Evacuar, evacuar! Maldito humano idiota com sono de periquito. Da próxima vez vou atrás de alguém menos inteligente, um rato talvez, ou então trarei minha trupe do mal, quero ver ele cuidar do Marcão Ferro de Aço. Pensando bem, ratos são mais fáceis, ou cachorros, ou quem sabe umas aranhas... (PLOFT)
Acho que minha última picada será na porta do inferno mesmo! Oh, vida cruel. Por favor, PerniDeus, absolva-me! Juro tratar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na falta de sangue, até que uma palma nos separe. Amém!
Adeus, mundo cruel e indesejável das palmatórias ordinárias. Adeus.

Viajando no yellow submarino

A maior comédia do Renascimento burguês está nas palavras fora de contexto utilizadas por um labrador de porte médio que ensinava crianças a chicotear uns negros asiáticos, que pedalavam em triciclos de 6 rodas ao redor de um carrossel encantado que só tocava mixes das músicas da XuxaXa e do Raul .. Gil.

Enquanto era levado por uma pipa terrestre..

Em um universo paralelo onde os humanos humanizam a água

segunda-feira, 13 de maio de 2013

domingo, 12 de maio de 2013

Ao infinito e além!

Uma breve explicação sobre uma coisa que é MUITO deturpada por aí.
(Assista até o final, isto é, se você tem coragem muahahah muahahah)


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Coreografia da Imaginação

Imaginando
Na confluência inesgotável de palavras
Um rio de imagens distorcidas e atemporais
Tantos braços múltiplos
Rebatendo, torcendo, rindo
Sem nenhum sentido fazer
Nem palavras encaixar
Há de algum bem o trazer
Ou para algum mal te libertar
Máquinas orgânicas improvisando
Onde nenhuma razão pode alcançar
Soltas e difíceis quando não há cercas
Reprimidas e inteligíveis quando presas
Não param como fotos
Mas andam como filmes
Ininterruptos, incansáveis e inacreditáveis
Alçando mais longe, num céu infinito
Para que quem sabe um dia
Possam nunca mais voltar.

A maestria de uma despedida

Despedidas são melhores executadas na mata, fechada e vazia, composta por milhares de milhos e árvores tortas. Lá, suas mãos não são vistas, seu eco morre no tronco mais próximo e suas lágrimas são succionadas pela relva. Tudo é verde e nada é pré-conceito, somente há diversidade que difere, que nunca infere uma enorme sobrecarga de felicidade, apenas uma leve sensação de refresco sobre as retinas pululantes. O partir é permitido e muito bem vindo, não há nada que o obrigue a permanecer para sempre com os pés presos na terra. Outras despedidas lhe aguardam, assim como novos bosques anseiam pela sua chegada.

Vida, pobre Vida, sua tola.

Imagina a vida, como seria essa criatura se, ao invés de fraudas quando criança, usasse uma calça legging e um cinto de borracha apertado, obrigando você a rastejar e pedir e chorar. Mas, olha só como é essa palhaça disfarçada de gente, ela anda pelada, sem precisar de apoios ou chinelos para se locomover. Como quisera eu que toda vez que se pusesse a olhar para cima, conseguisse contemplar todas as estrelas que ela pode alcançar, quem dera sua mãe não desse um tapa em sua mão e impedisse essa conquista, que elevaria a vida e a faria caminhar.