sexta-feira, 19 de abril de 2013

Macacos escrevendo livros

Parece até que nesse estado moribundo, meditativo e dormente, minha cabeça está mais apta a funcionar em primeiro plano e não é necessário grandes pausas para o pensar incessante e insolente. Se eu deixar é capaz que saia um livro sob meus dedos, que a propósito parecem ter sido tomados por micro macacos ambulantes cada um, pois funcionam com tanta perfeição. “Estamos jogando um xadrez, Sr. Bruno, não nos interrompa”, foi o que ouvi de um deles enquanto fui pegar na gaveta a cueca de azevinho que tinha um pouco de mancha de vinho branco misturado com pó de tang e cocaína, até que o gato apareceu, cheirou e latiu desenfreado num pinote. Ninguém mais na face da rua da vila ouvira falar dos gritos do nosso gato que late. E agora, o gato supremo tem de dizer boa noite e fechar suas escritas para visitas, ficar a sós com os pensamentos sem sentido e apagar completamente, nu, molhado, com as mãos atrás da nuca se massageando.

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