Com um foguete propulsionado por palavras,
Posso, na tua fuga, te alcançar ?
Pousar sereno na esfera inacabada
Fincar uma bandeira bruxuleante ao amar?
Na poeira seca da terra desconhecida
Voam cabelos e perfumes
Perguntam pela sonoridade
"Qual o som da idade?"
Ramificam-se em borboletas de prazer
Que despertas ao casulo
Experimentam a inexistência
Saudades como vanguarda da necessidade
Orbita e repulsa, quieta e camuflada
Vem ter comigo
Suspensa ou propensa
Pela gravidade nossa
Atração natural das nativas carícias
A mão sobe, leve, ao ar
Querendo, criança, alcançar
A última folha
Da ponta mais finita
Da árvore mais bonita
Chora ao toque do encanto
Musgos do meu pranto
Os olhos fecham, corpo sente
E o que figura na mente?
"Fuja. Perigo. Ela conquistou.
Mas que faço? Ela apoderou.
E no coração, gravitou!"
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